
A Prefeitura de Itacoatiara, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, realizou na última segunda-feira (25/08) o seminário Agosto Lilás, com o tema “Conhecer e Transformar: Diálogos que Constroem o Futuro”, em alusão ao mês de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. O encontro aconteceu na Câmara Municipal e reuniu vereadores, sociedade civil, secretários e autoridades policiais para discutir estratégias de acolhimento e proteção às vítimas.
Conforme a secretária de Assistência Social, Silvia Vieira, o debate é importante para lembrar que a mulher pode se tornar protagonista na sociedade e sair de uma situação de violência doméstica ou de um relacionamento tóxico.

Foto: Dimily Paiva/Prefeitura de Itacoatiara/Divulgação
“A mulher tem que ser protagonista da história dela, como diz Simone de Beauvoir (escritora francesa), não se nasce mulher, torna-se mulher. Então, a mulher pode ser o que ela quiser, ter quantos parceiros quiser, vestir a roupa que quiser, dançar onde quiser, o que ela não pode é se apequenar e se colocar atrás de uma violência pelo resto da vida. Uma mulher que tem seu protagonismo social, ela está na luta, no dia a dia, não vive na subserviência de ninguém, porque ela trabalha, se sustenta, leva filho para aula, e isso é uma mulher que venceu o ciclo de violência”, afirma.
Trazendo dados relevantes sobre os crimes contra a mulher, o Major João Miguel, do 2º Batalhão de Polícia Militar (BPM), explicou que o número de casos no Amazonas chama atenção e que é necessário ser feito um trabalho intenso de proteção às vítimas.

Foto: Dimily Paiva/Prefeitura de Itacoatiara/Divulgação
“A cada três ocorrências que recebemos, uma é de violência doméstica, é um número muito alto. Atualmente, a Polícia Militar tem atuado além do patrulhamento nas ruas, ostensivo e preventivo, trabalhando com uma equipe para fazer a ronda Maria da Penha. Apenas no mês de julho, foram feitos 52 pedidos de medidas protetivas, é um número alto, alarmante”, destaca.
Em um panorama local, o Dr. Paulo, delegado da Polícia Civil de Itacoatiara contribuiu no debate explicando de que forma a polícia trabalha de forma conjunta para garantir a segurança das mulheres que já passaram por agressões.

Foto: Dimily Paiva/Prefeitura de Itacoatiara/Divulgação
“A Lei dá quase uma semana de prazo para a vítima depois de ir na delegacia, ter um policial lá na sua casa entregando a medida protetiva e às vezes ela está com o agressor do lado, mas aqui em Itacoatiara não é assim, a gente não passa uma semana, no mesmo dia, no máximo no dia seguinte, aquela mulher já está sendo assegurada com uma medida protetiva, o que abre leque para atuação de outros órgãos, como a Ronda Maria da Penha, com policiais que foram treinados e têm sensibilidade nessa área, fazendo o acompanhamento após a medida protetiva. A mulher passa a receber visitas policiais com uma certa frequência para saber se está tudo bem, se o agressor está descumprindo, esse contato é importante porque caso o agressor se aproxime, a vítima acione a Polícia Militar, facilitando a prisão em flagrante de quem descumpre a medida protetiva”, detalha o delegado.

Foto: Dimily Paiva/Prefeitura de Itacoatiara/Divulgação
Canais de atendimento e denúncia:
- Central de Atendimento à Mulher – 180
- Disque Denúncia – 181
- Emergência Policial – 190
- Direitos Humanos – 100
- SAMU – 192
O evento também contou com a presença da vice-prefeita Marcela Cristine, da secretária executiva de Assistência Social, Edivane Melo; da diretora-presidente adjunta do SAAE, Ivana Dos Santos Costa Alves; da coordenadora da FUnATI, Lisette Abrahim; da secretária municipal de Educação, Vanessa Miglioranza; bem como da secretária executiva, Rosiane Barros Maklouf; diretor-presidente do Instituto municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) Marcondes Aquino da Costa; do secretário municipal de Infraestrutura, Nonato Belo; e do diretor presidente do Imprevi, Jonatas Almeida.

Foto: Dimily Paiva/Prefeitura de Itacoatiara/Divulgação
O seminário foi encerrado com a entrega de materiais informativos sobre canais de denúncia e serviços da rede socioassistencial. A campanha Agosto Lilás segue com rodas de conversa nas comunidades e palestras em escolas, reforçando a importância da denúncia e da prevenção da violência doméstica.